O Papa Francisco
recebeu na manhã desta segunda-feira, 16, participantes da Convenção “Investir
para os pobres – Itália/Inglaterra”, promovido pelo Pontifício Conselho da
Justiça e da Paz, pela Catholic Relief Services (Caritas EUA), Colégio de
Negócios Mendoza e Universidade Notre Dame. Os objetivos da convenção, que
ocorre em Roma, são debater os conceitos fundamentais do investimento de
impacto e discutir esta proposta em conjunto com a missão da Igreja, a fim de
entender como a instituição pode utilizá-lo ou promovê-lo para servir aos
pobres.
Em seu discurso, o
Santo Padre afirmou que a “solidariedade com os pobres e os excluídos nos faz
refletir sobre uma forma emergente de investimento responsável, conhecida como
investimento de impacto. Participam deste encontro também representantes da
Cúria Romana, para estudar formas inovadoras de investimento que possam levar
benefícios às comunidades locais e ao ambiente ao seu redor, sobre o qual deve existir
um retorno justo.”
O Papa também disse
que o “investidor de impacto é um conhecedor da existência de profundas
desigualdades sociais e de penosas condições de desvantagem enfrentadas por
populações inteiras. Ele se volta às instituições financeiras que utilizam os
recursos para promover o desenvolvimento econômico e social das populações
pobres, com fundos de investimento destinados a satisfazer a suas necessidades
básicas ligadas à agricultura, o acesso à água, à possibilidade de dispor de
moradias dignas a preços acessíveis, além de serviços primários para a saúde e
educação.”
Para ele, a lógica
que anima estas formas inovadoras de intervenção é aquela que “reconhece a
ligação entre lucro e solidariedade, a existência de um círculo virtuoso entre
ganho e doação. A tarefa dos cristãos é redescobrir, viver e anunciar a todos
esta preciosa e original unidade entre lucro e solidariedade. Quanto o mundo
contemporâneo tem necessidade de redescobrir esta verdade!”(Prefácio do livro
do Cardeal G. Muller – Pobre para os pobres. A missão da Igreja).
O Papa também
mencionou ser importante que a “ética retome seu espaço nas finanças e que os
mercados se ponham a serviço dos interesses dos povos e do bem comum da
humanidade. Não podemos tolerar mais que os mercados financeiros governem o
destino dos povos antes de servirem às suas necessidades ou que poucos
prosperem recorrendo à especulação financeira enquanto muitos deles sofrem as
conseqüências.”
Ao concluir, o Papa
Francisco assinalou que “a inovação tecnológica aumentou a velocidade das
transações financeiras, mas este aumento encontra significado na medida em que
demonstra uma disposição de melhorar a capacidade de servir ao bem comum. Em
particular, a especulação sobre os preços dos alimentos é um escândalo que tem
graves conseqüências para o acesso dos pobres à comida. É urgente que os
governos, de todo o mundo, se empenhem a desenvolver um quadro internacional
para promover o mercado do investimento de alto impacto social, de modo a
contrastar com a economia da exclusão e do descarte.” A “Convenção Investir
para os Pobres” iniciou neste domingo, 15, e termina quinta, 19 de junho em
Roma. (EF)
Fonte: www.news.wa