Trata-se de um
dos mais importantes complexos barrocos do País. A igreja propriamente dita
somente foi concluída no ano de 1770, depois de ter sido iniciada pelos frades
franciscanos, ter suas obras interrompidas pela invasão holandesa e de vê-las
reiniciadas algumas vezes. Os franciscanos pertenciam à ordem fundada por São
Francisco e, na Paraíba, receberam terreno de Frutuoso Barbosa, para construção
do seu convento, que depois viria a hospedar o célebre historiador e religioso
Frei Vicente de Salvador. Os franciscanos vieram à Paraíba porque, para a
tarefa de catequização dos gentios, não bastavam os jesuítas. O convento
propriamente dito foi iniciado em 1590 pelo Irmão Francisco do Campo Mayor,
após projetado pelo Frade e Arquiteto Francisco dos Santos.
O Conjunto
Franciscano compreende:
ADRO DA IGREJA
DE SÃO FRANCISCO:
Foi iniciado
no século XVI. É cercado de duas grandes muralhas antigas e azulejadas com seis
painéis representando as estações da Paixão de Cristo, num belíssimo conjunto
visual que já despertou a inveja até de governantes, desejosos de terem em suas
casas esses azulejos de grande importância histórica e artística. A parte
superior das muralhas é trabalhada em pedras, pois a escultura neste material
teve grande aceitação nos recuados tempos coloniais, pelo menos no Nordeste.
Além de outros
ornamentos, a parte de cima dessas muralhas apresenta seus famosos leões de
pedra, talvez influência asiática no espírito dos missionários e artistas de
então.
O piso do adro
é igualmente monumental, todo em lajes antiquíssimas. Já à entrada do templo
propriamente dito, na soleira da porta, há o túmulo de um antigo Capitão-Mor,
sobre o qual ainda se podia ler há alguns anos: “Aqui jaz Pedro Monteiro de
Macedo, que, por ter governado mal esta Capitania, quer que todos o pisem e a
todos pede hum Padre Nosso e Ave Maria, pelo amor de Deus.” (1744).
CONVENTO OU
CLAUSTRO DA IGREJA DE SÃO FRANCISCO:
O Convento ou
Claustro da Igreja de São Francisco (Convento de Santo Antonio). Já abrigou o
Colégio do Róger e o Museu-Escola e Sacro da Paraíba. Ao convento, pertence a
célebre fonte de Santo Antonio e o Relógio de Sol.
É tombado pelo
IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 16 de
outubro de 1952.
CRUZEIRO DA
IGREJA DE SÃO FRANCISCO:
Fica no limiar
do grande adro da Igreja de São Francisco. É um monumento imponente e belo, sob
o qual costumava quedar-se o grande jornalista e intelectual paraibano Carlos
Dias Fernandes: “Como Renan sob a Acrópole”, dizia.
Trata-se de
uma cruz monolítica, o único remanescente dos velhos cruzeiros existentes em
priscas eras em João Pessoa. Seu pedestal é circundado por vários pelicanos,
antigo símbolo equivocado da Eucaristia. Segundo Câmara Cascudo, teria servido,
como outros exemplares nordestinos, à prática das rasouras, uma espécie de
procissão circular (Em torno, naturalmente, do cruzeiro).
FONTE DE SANTO
ANTÔNIO:
Foi construída
em 1717, para prover água aos Frades, e esta jorra da boca de um golfinho de
pedra. Apresenta ainda a inscrição em latim cuja tradução é a seguinte: “À
posteridade: Estás a indagar porventura com que sacrifício se erigiu o que ora
contemplas, ó leitor (amigo)? Foi um amor fraterno que construiu com despesas
enormes este monumento. 1717. F.M. T.F. Entoai, ó fontes, cânticos ao Senhor.
Santo Antonio, rogai por nós”. Este chafariz antigo situa-se na rua Gouveia
Nóbrega, a poente do convento, apresentando ainda uma espécie de altar e um
pequeno nicho que se acredita ter abrigado possivelmente uma imagem de Santo
Antonio.
IGREJA DE SÃO
FRANCISCO:
Obviamente
erguida pelos Frades Franciscanos, ela já abrigou a sede do governo, um
quartel, nosocômio, foi hospedaria de imigrantes, seminário diocesano, colégio
etc. Sua construção é inteiramente fiel ao barroco rococó, constituindo-se no
nosso mais importante monumento histórico-artístico e religioso. Possui uma
torre, é bastante recuada e, acima, numa espécie de globo, um galo indica a
direção dos ventos.
É local que
merece ser visitado, pelo grande número de obras de arte que encerra. A igreja
em si mesma possui grande riqueza artística, em cada um de seus elementos
constitutivos (Altares, sepulturas, nave, teto etc.).
É tombada pelo
IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 05 de maio
de 1938.
RELÓGIO DE SOL:
Ainda em
terreno do Convento, situa-se o também famoso relógio de sol, em calcário, obra
dos Capuchos Franceses, ao que se pensa. O Convento foi testemunha, a 31 de
julho de 1801, do assassinato da amásia do Frade Franciscano Frei José de Jesus
Cristo Maria Lopes, punido no ano seguinte pela Mesa de Definição, segundo
trabalho apresentado ao Instituto Histórico pelo Historiador Octacílio Nóbrega
de Queiroz.
Localização:
Praça de São Francisco, S/N, Centro - João Pessoa / PB.