sexta-feira, 26 de junho de 2009

CONJUNTO FRANCISCANO

 

 

 


Trata-se de um dos mais importantes complexos barrocos do País. A igreja propriamente dita somente foi concluída no ano de 1770, depois de ter sido iniciada pelos frades franciscanos, ter suas obras interrompidas pela invasão holandesa e de vê-las reiniciadas algumas vezes. Os franciscanos pertenciam à ordem fundada por São Francisco e, na Paraíba, receberam terreno de Frutuoso Barbosa, para construção do seu convento, que depois viria a hospedar o célebre historiador e religioso Frei Vicente de Salvador. Os franciscanos vieram à Paraíba porque, para a tarefa de catequização dos gentios, não bastavam os jesuítas. O convento propriamente dito foi iniciado em 1590 pelo Irmão Francisco do Campo Mayor, após projetado pelo Frade e Arquiteto Francisco dos Santos.

O Conjunto Franciscano compreende:

ADRO DA IGREJA DE SÃO FRANCISCO:

Foi iniciado no século XVI. É cercado de duas grandes muralhas antigas e azulejadas com seis painéis representando as estações da Paixão de Cristo, num belíssimo conjunto visual que já despertou a inveja até de governantes, desejosos de terem em suas casas esses azulejos de grande importância histórica e artística. A parte superior das muralhas é trabalhada em pedras, pois a escultura neste material teve grande aceitação nos recuados tempos coloniais, pelo menos no Nordeste.

Além de outros ornamentos, a parte de cima dessas muralhas apresenta seus famosos leões de pedra, talvez influência asiática no espírito dos missionários e artistas de então.

O piso do adro é igualmente monumental, todo em lajes antiquíssimas. Já à entrada do templo propriamente dito, na soleira da porta, há o túmulo de um antigo Capitão-Mor, sobre o qual ainda se podia ler há alguns anos: “Aqui jaz Pedro Monteiro de Macedo, que, por ter governado mal esta Capitania, quer que todos o pisem e a todos pede hum Padre Nosso e Ave Maria, pelo amor de Deus.” (1744).

CONVENTO OU CLAUSTRO DA IGREJA DE SÃO FRANCISCO:

O Convento ou Claustro da Igreja de São Francisco (Convento de Santo Antonio). Já abrigou o Colégio do Róger e o Museu-Escola e Sacro da Paraíba. Ao convento, pertence a célebre fonte de Santo Antonio e o Relógio de Sol.

É tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 16 de outubro de 1952.

CRUZEIRO DA IGREJA DE SÃO FRANCISCO:

Fica no limiar do grande adro da Igreja de São Francisco. É um monumento imponente e belo, sob o qual costumava quedar-se o grande jornalista e intelectual paraibano Carlos Dias Fernandes: “Como Renan sob a Acrópole”, dizia.

Trata-se de uma cruz monolítica, o único remanescente dos velhos cruzeiros existentes em priscas eras em João Pessoa. Seu pedestal é circundado por vários pelicanos, antigo símbolo equivocado da Eucaristia. Segundo Câmara Cascudo, teria servido, como outros exemplares nordestinos, à prática das rasouras, uma espécie de procissão circular (Em torno, naturalmente, do cruzeiro).

FONTE DE SANTO ANTÔNIO:

Foi construída em 1717, para prover água aos Frades, e esta jorra da boca de um golfinho de pedra. Apresenta ainda a inscrição em latim cuja tradução é a seguinte: “À posteridade: Estás a indagar porventura com que sacrifício se erigiu o que ora contemplas, ó leitor (amigo)? Foi um amor fraterno que construiu com despesas enormes este monumento. 1717. F.M. T.F. Entoai, ó fontes, cânticos ao Senhor. Santo Antonio, rogai por nós”. Este chafariz antigo situa-se na rua Gouveia Nóbrega, a poente do convento, apresentando ainda uma espécie de altar e um pequeno nicho que se acredita ter abrigado possivelmente uma imagem de Santo Antonio.

IGREJA DE SÃO FRANCISCO:

Obviamente erguida pelos Frades Franciscanos, ela já abrigou a sede do governo, um quartel, nosocômio, foi hospedaria de imigrantes, seminário diocesano, colégio etc. Sua construção é inteiramente fiel ao barroco rococó, constituindo-se no nosso mais importante monumento histórico-artístico e religioso. Possui uma torre, é bastante recuada e, acima, numa espécie de globo, um galo indica a direção dos ventos.
É local que merece ser visitado, pelo grande número de obras de arte que encerra. A igreja em si mesma possui grande riqueza artística, em cada um de seus elementos constitutivos (Altares, sepulturas, nave, teto etc.).

É tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 05 de maio de 1938.

RELÓGIO DE SOL:

Ainda em terreno do Convento, situa-se o também famoso relógio de sol, em calcário, obra dos Capuchos Franceses, ao que se pensa. O Convento foi testemunha, a 31 de julho de 1801, do assassinato da amásia do Frade Franciscano Frei José de Jesus Cristo Maria Lopes, punido no ano seguinte pela Mesa de Definição, segundo trabalho apresentado ao Instituto Histórico pelo Historiador Octacílio Nóbrega de Queiroz.

Localização: Praça de São Francisco, S/N, Centro - João Pessoa / PB.


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