sábado, 8 de dezembro de 2012

CELEBRAÇÃO DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA



“A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis”.

Dado em Roma, junto a S. Pedro, no ano mil e oitocentos e cinquenta e quatro da Encarnação do Senhor, a 8 de dezembro de 1854, nono ano do Nosso Pontificado.


PAPA PIO IX
Constituição Dogmática INEFFABILIS DEUS




MARIA DEPOIS DA ASCENSÃO

Tendo sido do agrado de Deus não manifestar solenemente o mistério da salvação humana antes que viesse o Espírito prometido por Cristo, vemos que, antes do dia de Pentecostes, os Apóstolos «perseveravam unânimemente em oração, com as mulheres, Maria Mãe de Jesus e Seus irmãos» (Act. 1,14), implorando Maria, com as suas orações, o dom daquele Espírito, que já sobre si descera na anunciação.

Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original (198), terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma (183) e exaltada por Deus como rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores (cfr. Apoc. 19,16) e vencedor do pecado e da morte (184).


MEDIANEIRA PARA A UNIDADE DA IGREJA

E é uma grande alegria e consolação para este sagrado Concílio o facto de não faltar entre os irmãos separados quem preste à Mãe do Senhor e Salvador o devido culto; sobretudo entre os Orientais, que acorrem com fervor e devoção a render culto à sempre Virgem Mãe de Deus (194).

Dirijam todos os fiéis instantes súplicas à Mãe de Deus e mãe dos homens, para que Ela, que assistiu com suas orações aos começos da Igreja, também agora, exaltada sobre todos os anjos e bem-aventurados, interceda, junto de seu Filho, na comunhão de todos os santos, até que todos os povos, tanto os que ostentam o nome cristão, como os que ainda ignoram o Salvador, se reúnam felizmente, em paz e harmonia, no único Povo de Deus, para glória da santíssima e indivisa Trindade.

Roma, 21 de Novembro de 1964.


PAPA PAULO VI
Constituição Dogmática LUMEN GENTIUM Sobre a Igreja

domingo, 2 de dezembro de 2012

DOM GERALDO LYRIO ROCHA PRESIDE MISSA DE OFICIALIZAÇÃO DA MATRIZ DO PILAR COMO BASÍLICA



Em solenidade presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Mariana Dom Geraldo Lyrio Rocha na noite deste sábado dia 01 de dezembro, a Matriz do Pilar em Ouro Preto foi elevada a condição de Basílica Menor.

Na mesma celebração foi comemorado os 55 anos de sacerdócio de Dom Francisco Barroso Filho, Bispo Emérito da Diocese de Oliveira / MG. Dom Fragoso é natural da cidade de Ouro Preto.


DESCRIÇÃO HERÁLDICA DO BRASÃO DA BASÍLICA:

Escudo esquartelado, o primeiro quartel de ouro com um pilar de granito da sua cor, brocante sobre ele uma Cruz de Malta de vermelho; o segundo quartel de vermelho com um ostensório de ouro; o terceiro quartel de vermelho com doze estrelas de prata de cinco pontas, postas um, três, quatro, três e um; o quarto quartel encaixado em faixa de três peças de ouro e de negro. Escudo ascentado sobre uma cartela de ouro de estilo barroco. Sob o escudo, listel pregueado de prata, forrado de vermelho, escrito com as letras maiúsculas de negro as palavras "BASÍLICA" da prega superior à destra, "NOSSA SENHORA" na prega inferior central, e "DO PILAR" na prega superior à sinistra. Como insígnias uma chave de prata e uma de ouro, postas em sautor, com os palhetões para cima, com as argolas unidas por uma corda com uma borla em cada ponta, tudo de vermelho; um ombrelino com aste de ouro, toldo listrado de ouro e vermelho e forrado de ouro, encimado pelo orbe de ouro.

JUSTIFICAÇÃO HERÁLDICA:

1 - As cores ouro e vermelho, além de representar as cores da autoridade papal, representam também, no Brasil, as cores da arte barroca;

2 - No primeiro quartel, o pilar de granito brocado pela cruz malteza é o tradicional símbolo da Irmandade de Nossa Senhora do Pilar;

3 - No segundo quartel, o ostensório de ouro é o tradicional símbolo que representa a Irmandade do Santíssímo Sacramento;

4 - No terceiro quartel, representando a Basílica de Nossa Senhora do Pilar, estão doze estrelas de prata que fazem alusão aos doze anjos de prata encontrados no altar-mor da Basílica;

5 - No quarto quartel está representada a cidade de Ouro Preto, aonde se encontra a Basílica de Nossa Senhora do Pilar. O lema do brasão municipal fala por sí para dar significado ao simbolismo: "Precioso Ouro Negro", uma característica ao tipo de ouro encontrado, que é escuro;

6 - Como insígnia papal, reservada para timbrar brasões de basílicas, está o conjunto simbólico formado pelas chaves de ouro e prata, e o ombrelino.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A POLUIÇÃO AMBIENTAL EM OURO PRETO

A POLUIÇÃO AMBIENTAL EM OURO PRETO É UM ASSUNTO SOBRE O QUAL MUITOS PREFEREM NÃO FALAR PELOS MAIS VARIADOS MOTIVOS: COMODISMO, FALTA DE RESPONSABILIDADE, MEDO, NÃO POSSO AFIRMAR COM CERTEZA.

AGORA, TÃO CERTO QUANTO O NASCER E O PÔR DO SOL É A NUVEM DE FUMAÇA QUE SE ABATE SORRATEIRAMENTE TODOS OS DIAS NO INÍCIO DA NOITE SOBRE O CAMPUS DA UFOP, PASSANDO PELA BAUXITA, VILA APARECIDA E CENTRO HISTÓRICO DA CIDADE E QUE MUITOS ACHAM QUE É UM "NEVOEIRO".

SUGIRO QUE APROVEITEMOS ESTE ESPAÇO PARA FALARMOS COM MAIS FREQUÊNCIA SOBRE ESTE ASSUNTO QUE ATINGE A TODOS SEM DISTINÇÃO.

SOBRE O TEMA, REPRODUZO ABAIXO A DECLARAÇÃO CORAJOSA DO ARCEBISPO METROPOLITANO DE MARIANA, DOM GERALDO LYRIO ROCHA:


Declaração da Arquidiocese de Mariana diante dos impactos da atividade mineradora e industrial

O crescimento da atividade mineradora e industrial em grande parte da região compreendida pela Arquidiocese de Mariana, com suas múltiplas consequências, motiva a presente declaração, por ocasião da celebração do Jubileu do Senhor Bom Jesus, na cidade de Congonhas. Como Pastor desta porção do rebanho de Cristo, dirijo-me às autoridades, aos empresários e a todos os cidadãos comprometidos com o bem comum, reafirmando, à luz dos princípios éticos e cristãos, a posição da Igreja em defesa da vida, em favor da preservação do meio ambiente e da conservação do nosso patrimônio histórico, artístico, cultural e religioso.

Mesmo reconhecendo o progresso, impulsionado em grande parte pelo avanço científico e tecnológico, que gera emprego, renda e recursos econômicos e financeiros, não podemos desconhecer o risco dos impactos causados à qualidade de vida de nosso povo, ao meio ambiente e à preservação de seu precioso patrimônio. Tais impactos são, muitas vezes, ignorados em nome do desenvolvimento econômico. Em sua encíclica Populorum Progressio, dizia o Papa Paulo VI: “o desenvolvimento não se reduz a um simples crescimento econômico e, para ser autêntico, deve ser integral, isto é, deve promover o ser humano todo e todos os seres humanos” (cf. PP 14).

O progresso, portanto, deve ser regulado não apenas pelas leis da economia e do mercado, mas também por princípios éticos e morais que permitam um desenvolvimento sustentável, com responsabilidade social. Toda atividade mineradora e industrial deve ter como parâmetro o bem estar da pessoa humana, buscando a superação dos impactos negativos sobre a vida em todas as suas formas e a preservação do planeta, com respeito ao meio ambiente, à biodiversidade e ao uso responsável das riquezas naturais. É preciso empregar todos os esforços para manter viva a natureza, preservar os mananciais e as nascentes, garantir o habitat dos seres vivos e defender as espécies ameaçadas de extinção. Com sabedoria ensina-nos o Papa João Paulo II: “A programação do desenvolvimento econômico deve considerar atentamente a necessidade de respeitar a integridade e os ritmos da natureza, já que os recursos naturais são limitados e alguns não são renováveis” (cf. SRS, n. 26). Além da defesa do meio ambiente, é de fundamental importância que se garanta o respeito à vida humana em todas as suas dimensões e em todas as suas fases, desde a concepção até o seu término natural, e se promova a “ecologia humana”, conforme a expressão do Papa João Paulo II.

Diante dos grandes investimentos econômicos que transformam várias cidades desta Arquidiocese, os cidadãos, por meio de mecanismos de controle social, como os conselhos municipais, têm direito a reivindicar melhorias sociais e ambientais, a cobrar medidas eficazes que atendam às prioridades defendidas pela comunidade, a exigir que os impostos sejam devidamente aplicados em sua finalidade e a lutar por medidas que garantam o respeito à dignidade de todos, com especial atenção aos trabalhadores e suas famílias. Preocupa-nos, de modo particular, a situação das famílias forçadas a deixarem suas casas e suas terras (às vezes sem receberem indenização justa) ou atraídas pela ilusão do dinheiro da desapropriação. Para defender a vida, medidas urgentes precisam também ser tomadas em relação às condições das rodovias e à segurança no trânsito, especialmente nessa região.

A Igreja Católica é depositária e guardiã de enorme parte do patrimônio histórico e artístico do Brasil, cuja preservação é responsabilidade de todos. Na cidade de Congonhas, a Arquidiocese de Mariana é proprietária de importantes obras reconhecidas pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, entre as quais se incluem as capelas dos passos, as estátuas dos profetas, o Santuário do Senhor Bom Jesus com seu entorno e a Praça dos Romeiros. A Igreja tem consciência da importância histórica, artística e cultural desse acervo, e reafirma que se trata, antes de tudo, de autêntico patrimônio religioso, expressão de fé daqueles que edificaram esse lugar sagrado, espaço privilegiado de manifestações da devoção e piedade de nosso povo e dos numerosos romeiros vindos de tantas partes de Minas Gerais, de outros Estados e do exterior. A utilização desse espaço não é incompatível com a atividade turística, desde que sejam respeitadas suas finalidades originais e sua destinação religiosa. A Arquidiocese de Mariana, atenta ao desenvolvimento dessa região, reafirma que a atividade industrial e a exploração mineradora devem respeitar esses bens culturais e contribuir para sua conveniente preservação.

Por intercessão de Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Minas Gerais, imploramos ao Senhor Bom Jesus que derrame suas bênçãos sobre todos nós e nos ajude a promover a vida, a preservar o meio ambiente, a proteger o patrimônio histórico, artístico, cultural e religioso de Congonhas e demais municípios desta bela e rica região de nosso Estado, dom de Deus e obra da criação humana.


Congonhas, 14 de setembro de 2012
Jubileu do Senhor Bom Jesus



+Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo Metropolitano


14 setembro, 2012